E essa inquietude na alma que não passa,
E essa ardência na ferida que não sara,
E esse frio na espinha que não arrepia,
E esse fogo que não queima,
E essa dormência que não acorda.
E esses sonhos que não entendo,
Muitos nem mesmo lembro,
E esse tempo que não passa
Quase inerte e ao mesmo tempo voa,
Dispara desenfreadamente.
E esse mal que não se manifesta,
Que se esconde em minha sombra,
Que a todo tempo se revela e me assombra.
E essas respostas que silenciam
Das tantas perguntas feitas,
E essas dúvidas que não diminuem,
Muitas vezes só aumentam.
E essa agonia que não quer cessar,
E essa dor que não quer passar,
E essa presença que não quer me acompanhar,
E essa existência que quer me abandonar,
E essa resistência que quer desistir,
E essa ofensa que o pudor quer levar,
E essa miséria que o amor quer ostentar
Me enferruja e quer me mostrar
Que não há vida sem ser, nem ser que vive sem vida
E sem amor, que tal como a flor que desabrocha
Pela manhã, não deve haver amanhã sem que o hoje
Possa verdadeiramente valer a pena.
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