SEJAM TODOS MUITO BEM VINDOS!

O blog contém um pouco do muito em mim,ou seria melhor muito do pouco em mim?não sei bem ao certo,como acho que não sei bem ao certo de muita coisa que penso saber até hoje.enfim o blog foi feito com muito carinho e atenção a cada mínimo detalhe e é o resultado de anos escrevendo,desde textos da minha infância,adolescência e ate hoje.espero que gostem,sintam-se à vontade para me seguir e comentar.

Quem sou eu

Minha foto
Recife, PE, Brazil
"sou apenas um simples resumo complexo de todas as pessoas que já passaram por minha vida"

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Carrossel da vida


A vida é como um carrossel,
Agente gira e gira, as vezes estamos em baixo
As vezes estamos em cima,
As vezes estamos de um lado, as vezes do outro,
As vezes um passo a frente,
As vezes muitos passos atrás
E uma vez que agente entra nele
Só nos resta uma coisa a se fazer:
Aproveitar ao máximo antes que acabe!
Então viva! Viva a vida! Sinta!
Sinta todo e qualquer tipo de sentimento bom
Que a vida tem para nos oferecer.
Se entregue por completo mesmo a pessoas incompletas,
Complete a si mesmo, busque fora e até além do seu alcance
As respostas que você não encontra olhando para seu interior,
Quando você se tornar obsoleto em seu próprio mundo
Busque em outros mundos novos horizontes para se ver.
A vida é uma chuva torrencial sob um escaldante sol.
A vida não é coisa de uma pessoa só,
É uma passagem de ida e sem volta para um só rumo.
A vida é o acumulo de frio na barriga,
É a multiplicação de arrepios na pele,
É quando o olhar perdido no nada encontra um ponto fixo,
É um labirinto de secessões desastrosas que deram certo,
A vida é como mergulhar de cabeça em um balde de água fria,
É colocar os pés numa bacia de água quente,
É olhar bem para nossa frente e não ver,
É ouvir uma boa musica repetidas e incansáveis vezes,
É apagar as luzes em um completo vazio,
É passear com o cachorro,
É prender a respiração até não agüentar mais,
É olhar para o sol e cegar,é apreciar a lua quando está cheia.
A vida é tomar um banho frio pela manhã,
É cantar no chuveiro, é acordar de madrugada para ir ao banheiro,
É não ter medo de errar, é ter com quem contar,
Somar, multiplicar e dividir.

O vômito de Deus


Eu sou o lixo do mundo,
Sou o vômito de Deus,
Sou o arrependimento importuno,
Tanto meus quanto seus.
Sou o resto cru de toda carne podre,
Sou o verme que rasteja e habita,
Sou as fezes de adão,
Sou o vírus em uma célula,
Sou o átomo morto em uma molécula,
Sou o vácuo e seu vazio.
Eu sou a dor do parto
E o aborto de Maria,
Sou o incesto do tempo,
Sou o arrependimento à venda,
Sou o câncer comestível,
Sou a aids em comprimido,
Sou um tumor solto em um organismo,
Sou uma idéia presa numa caixa.
Eu sou o que não se acha viver,
E o que não se espera existir.
Eu sou o improvável, o inexistente,
Sou a oportunidade deprimente.
Eu sou o que se ofusca na noite
E o que brilha no dia,
Sou o imperceptível, o inotável,
Sou o inconstante mutável,
Sou o inimaginável que se pode imaginar.
Eu sou a aposta sem sorte,
Sou a linha da morte,
Sou o sul sem o norte da direção que falta,
Eu sou o que espera a hora de morrer,
Sou o que deu errado,
Sou o fim dos tempos,
Sou o inicio da decadência humana
Com toda a sua miséria acumulada.

Vapor e neblina


Viver em uma realidade onde tudo se confunde
Em minha mente várias e várias vezes em minha frente.
Eu só tento sobreviver, mas apenas com lembranças
É quase impossível respirar
E ter forças para se reerguer todos os dias.
Cainhando sob as pedras que me lançaram,
Muitas até acertaram, mas pouco efeito tiveram sob mim.
Ter que tentar encontrar a paz em mim
Com esse inferno que você deixou ardendo,
Nem mesmo as lágrimas que jorram
A cada milésimo de segundo dos meus olhos
Aliviam alguma dor em minha alma.
No hoje vivo apenas mais uma nova mentira,
Acredito em apenas mais uma das minha incertezas.
Não tão distante do modo exato de felicidade em meus dias,
Se tornam ainda mais perto os momentos
Em que pude seguir quase com o coração inerte em meu peito.
Apenas mais alguns dias de misericórdia comigo mesmo.
Eu vou embora lentamente como a fumaça
Do ultimo e saboroso cigarro que me consome,
Eu vou pela chuva, escorro pelas ruas,
Eu sigo como a chuva por peles ásperas,
Eu sou cada gota que evapora e deixa de existir.
Eu me contento com a falta de chances perdidas
E com todo o excesso de falcas oportunidades
Para serem conquistadas.
Hoje todo o controle que é perdido facilmente
Firmará uma nova e revoltante nação,
Dará um poder novo e estonteante
Para mudar o mundo.
A coragem é uma coisa boa,
Mas pode ser uma arma mortal
Na mão de loucos sem pudor e sem medo como eu.
Apenas mais um novo ser para ser novamente consumido
Pelo corroer do tempo por varias e varias vezes.
Apenas mais um corpo para se enferrujar
Com toda a maresia que vai e vem sem se importar.
Apenas mais uma boca com fome para se alimentar
De toda a miséria estampada na face que não quer calar.
No ontem jamais pensei que pudesse ser capaz de fazer
O que fiz no dia de hoje.
Ainda sinto como se alguns dias fossem negros,
Como se algumas notas da mais bela melodia
Fosse distorcida.

Lágrimas congeladas


É tudo muito rápido e duradouro como a eternidade,
É passageiro como a velocidade do tempo em nós.
É tudo único, claro e escuro como uma imensidão de luz
E o silencio que se esconde por traz do nosso medo.
Vejo um facho de luz na escuridão,
O vento frio em meu rosto,
Me vejo sem você e minha imagem não existe,
Meus sentimentos sem você são apenas o desprezo a mim mesmo
E o desespero que as lembranças me trazem.
É tudo quase imperceptível e a flor da pele,
Como lágrima quente misturada com a chuva fria,
Como a fuma da mentira congelada sem ser notada.
É tudo muito estático e inerte,
A escuridão aprisiona o que deveria libertar,
O destino se esconde se omite e nada pode fazer,
O acaso se maquia e não mais se expõe.
É tudo muito puro e saboroso,
Pouco visto e harmonioso como o estrondo
No choque entre os céus e a terra,
Como o choro de deus, como a fome de liberdade,
Como um abraço de saudade.
Tudo se perde  e se cruza ao mesmo tempo,
Fora do tempo que evapora como a fumaça perante o caos.

Pipas

Eu sempre segui desgovernadamente,
Muitas vezes corri desenfreadamente,
Algumas vezes voei, sem destino
E sem enxergar nada em minha frente.
Eu sempre tentei, busquei, lutei,
Me arrisquei, várias vezes tropecei
Ao decorrer do caminho por pedras
Que na maioria das vezes eu mesmo coloquei lá.
Já sonhei o que tinha de sonhar,
E pude muita coisa realizar,
Muitas muito além do previsto,
Muito além do que previram pra mim.
Já fui impedido de voar por limitações
Que não existiam, apenas foram criadas por estranhos
E por raízes que eu mesmo plantei.
Eu sempre esperei muita coisa cair
De um céu invisível, aguardei de braços cruzados
Milagres acontecerem por acontecer
E até presenciei alguns que hoje não posso provar.
Eu sempre segui sem destino,
Mas hoje eu vejo o quanto eu perdi
Por ser um simples menino correndo
Sem olhar pra frente atrás de uma pipa
Que jamais pude colocar para voar.
 

Nada é pior


Porque você não sai dos meus sonhos?
Porque você não vem ao meu encontro?
Já estou cansado de te sentir e não te tocar,
De te ver e você não me olhar,
Já não agüento mais esse prego perfurando minhas mãos,
Me impossibilitando de doar,
Já não suporto mais ter que suportar
Essa corda que quer me enforcar,
Essa corrente em meus pés me impedindo de caminhar.
Porque você não pertence mais ao meu mundo?
Ao mundo que só eu torno real.
Porque toda a ilusão da terra se recaiu sob mim tentando me matar?
Porque tenho de ficar aqui com um fim que não quer chegar?
Não há forma nenhuma, não há maneira sequer
De te apagar de mim.
Seja qual for o meu castigo,
Seja qual for o preço que terei de pagar,
Nada é pior do que isso,
Nada é pior do que ter que voltar ao inicio sozinho,
Nada é pior do que ser obrigado a reviver
As lembranças sozinho.
Você não sabe, acho que ninguém faz idéia,
Nem teria como. Eu disfarço muito bem que estou bem,
Me distraio facilmente com qualquer alguém,
Só que depois isso passa,
E é aí que você me vem, me levando tudo,
Me tornando em bem menos do que sou,
Me mostrando bem além de tudo que eu podia ver,
Me deixando bem além da onde eu podia estar,
Bem depois do que eu pude prever,
Bem distante do que eu podia imaginar.
É aí que você surge, trazendo tudo que eu pensava
Ter esquecido e levando nada além do que foi perdido.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Dias,meses e anos!


Já se passaram segundos, já se passaram minutos,
Já se passaram horas, dias, semanas meses,
Já se passaram até anos.
Já passei por muita coisa e hoje
A vida penas passa por mim.
Algumas coisas se tornaram nítidas,
Outras se ofuscaram,
Algumas superfícies hoje são mais tênues,
Outras mais ásperas do que ontem,
Algumas dúvidas ganharam vida,
Algumas incertezas carne e osso,
Algumas palavras antes tão belas
Hoje sangram em meu peito
E escorrem de meus olhos.
Eu me prendi na mesmice de meus dias,
Me aprisionei na espera de minhas horas,
Me redimi com tua inconstante ausência
Em minhas noites e com tua constante
Presença em meus sonhos.
Me preenchi com o pouco que restava,
Com as migalhas que me jogaram,
Com os restos que abandonaram pelo caminho,
Me abriguei como o mofo pelos cantos,
Me maquiei com a poeira dos moveis
E me alimente das sobras que você me deixou.
Vou te beber em mais um copo,
Te fumar em mais um cigarro,
Te dissolver em mais um remédio,
Te injetar em apenas mais uma droga,
vou te reescrever em apenas mais umas linha,
Vou me envenenar apenas mais uma vez de você,
apenas mais uma vez vou me esvaziar e te preencher,
Apenas mais uma vez vou fechar meus olhos e te ver.
Vou te consumir em mais um corpo outra vez
Vou te beijar em mais uma boca que talvez
Seja a ultima, apenas mais uma vez.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Olá!


Olá! Como tem passado?
O que tem sentido? Como tem vivido?
Não precisa responder se não quiser!
Deixe-me falar de mim!
Eu vou indo bem melhor do que antes,
Melhor agora do que a anos atrás
E vou seguindo correto,s vezes frio é claro,
Afinal não sou perfeito.
Diga apenas olá!
E me pergunte coisas bobas
Que você costumava perguntar,
Ou coisas novas que você nunca perguntou antes.
Como anda a sua vida?
Me fale de algumas de suas realizações nesse tempo!
Como você gastou o seu tempo?
Os seus sonhos ainda são os mesmos?
E se são, ainda estão vivos em você?
Seu sorriso é um pouco diferente de antes.
Mas por dentro ele ainda é o mesmo?
Por dentro você ainda é a mesma?
E se mudou, o que mudou?
Porque eu não sou, mas vou seguindo.
Meu sorriso ainda está aqui,
Mas sem você, nem queira saber
O quanto eu tive de maquia-lo
Para disfarçar a sua ausência.
Ainda bem que os outros não conseguem
Perceber toda a tristeza nele.
Ninguém é como você, que me enxerga por dentro.
Eu prefiro assim, acho que dói menos.
Olá! Diga apenas olá!
Ou ao menos olhe nos meus olhos uma ultima vez,
Eu não posso te garantir que vai ser bom,
Mas ao menos tente, se arrisque, se exponha a mim,
E mesmo que você se arrepender
Nada mais será como antes.
Não vamos falar mais de mim!
Pois eu pouco me importo
E pouco se importam comigo.
Você deve saber que eu não estou disposto
A cometer os mesmos erros de novamente,
Sei que isso não tem efeito algum sob você
Sei também que você já não é a mesma pessoa,
A mesma menina de antes, que se ilude facilmente
Com coisas que vem fácil demais.
Olá! E o seu coração?
Acho que ainda sinto o meu,
As vezes parece bater fora do peito,
As vezes parece nem mais bater,
As vezes nem parece que existe,
E é melhor assim.
O não sentir, por mais difícil que pareça de se entender
Me mata aos poucos e me torna mais vivo,
Mata você aos poucos em mim
E te torna mais viva em ti.

Grito e silêncio


Eu nado contra a maré,
Contra a corrente, contra o fluxo do rio,
Contra o mar em minha frente.
Eu vou contra todas as minhas certezas
E as transformo em sonhos esquecidos.
Eu vou contra a correnteza,
Contra todas as minhas certezas,
Contra todas as minhas duvidas,
Eu me enveneno contra meu próprio antídoto,
Me curo sozinho e fico doente
Sem nenhuma doença aparente
E nenhum remédio dormente
Que me defina e de tudo me deixe ausente.
Eu vou contra as forças da natureza,
Vou contra a influencia do destino,
Luto contra o poder do tempo
De tudo poder levar.
Eu vou contra a diferença do mesmo,
Contra a separação dos pares,
Vou contra o igual das divergências,
Contra a atração dos opostos,
Vou contra a linha tênue do acaso,
Contra as pedras do caminho,
Contra as coincidências do fio que me decepa.
Eu grito contra o silencio contido,
Eu silencio contra o tormento embutido,
Contra todo o ódio engarrafado e ingerido,
Contra todas as drogas consumidas
Que me consomem sem dosagem certa,
Sem dó nem coerência
Pela ausência do que amar.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Falta o corte nas veias


 Falta algo aqui, falta algo em mim.
Talvez meus pés, talvez minhas pernas, talvez o caminho.
Falta algo aqui, falta algo de mim,
Talvez um pedaço, talvez um osso, um braço,
Talvez uma metade, talvez uma mão na minha,
Talvez a minha mão na tua.
Falta algo aqui e ali, em todos os lugares
E em lugar nenhum, faltam os lugares
Que por si só desapareceram.
Me faltam os lugares carregando todas as lembranças empoeiradas,
Me faltam os lugares que hoje tão apagados
Já fizeram o meu sorriso acender,
Que fizeram do teu sorriso meu motivo pra viver.
Falta algo aqui, falta algo em meus lençóis,
Quase como ar em meus pulmões.
Me faltam inúmeras razoes,
Me excedem ilusões que eu mesmo criei,
Me assombram as decepções que eu mesmo plantei,
Se aprisiona em mim todo o mal que eu mesmo causei.
Falta algo aqui, falta você em mim,
Me falta o pouco de muito e o muito de tão pouco,
Muitas vezes me falta a pulsação,
Me falta a falta de noção, me falta o gosto da emoção.
Falta algo dentro de mim, algo que não tem fim,
Algo que foi interrompido pelo meio,
Que foi cortado pelo caule, algo que foi arrancado sem receio,
Falta o teu corpo nu no meu, falta a minha mão em teu seio.
Falta algo aqui, falta uma parte de mim,
A parte que me faz feliz, a parte boa em mim,
A parte que me completava,
Que me multiplicava e me tornava uma pessoa melhor,
Falta em mim a parte que sem dó me foi levada.
Falta a minha liberdade aprisionada,
Falta a tua presença exilada,
Falta a minha lagrima ser enxugada por você,
Falta um pouco de você em mim,
Falta muito de mim em ti.
Talvez uma verdade que eu não quero aceitar,
Talvez a certeza que você se foi
Talvez o não poder  te dizer adeus,
Talvez o vazio que fica nas veias aos poucos
Talvez a vista escurecendo, talvez meu corpo tremendo.
E o meu encontro indo de encontro ao teu.

Aquela hora



Chega uma hora que agente cansa,
Agente desiste, que por mais que agente tente,
Que agente se esforce agente cansa
De nunca ser bom o suficiente.
Agente para, olha pra traz,
Vê todo o caminho que já foi percorrido,
Tenta entender tudo o que já foi vivido,
Se pergunta se valeu a pena estar ali,
Se agente queria realmente star aonde estamos,
Se todos os erros, os acertos, os amores,
As desilusões, as conquistas, as perdas
Foram realmente necessárias.
Agente cansa, agente prende a respiração por um tempo,
Até quando der, até não agüentar mais, e solta,
Como se fosse o ultimo suspiro
Em seu derradeiro momento.
Agente se pergunta: Porque eu fiz isso?
Porque eu não fiz aquilo? Eu deveria ter feito isso!
Eu não deveria ter feito aquilo!
Porque fizeram isso comigo?
Porque eu fiz isso com os outros?
Agente se cansa de ter que provar
Que não precisa provar nada pra ninguém,
Agente se cansa e passa a entender que pra ser feliz
Não é preciso que todos saibam,
Não é preciso agradar a ninguém,
Não é preciso expor a nossa felicidade
Pra quem não a deseja.
Agente se cansa de todo o descaso,
De todo o descanso e passa a querer se arriscar,
Se entregar por completo a forma mais barata
E mais perigosa de prazer descartável.
Chega uma hora que sem querer
Agente cede, morre de sede
Do que não mais satisfaz  e vai atrás do que muitas vezes
Não volta e não faz mais a mínima falta.

Esvaziar-se por completo


Quando tudo se vai, quando nada mais resta,
Quando as ruínas se fazem em moradia,
Quando a noite foge do dia,
Quando o que era unido se separa,
Quando o céu é o guia, quando a luz irradia,
Quando nada mais é covardia,
Quando a falta de vergonha encontra uma cara,
Uma nova face para se esconder
E por sua vez se perder em sua própria repudiação.
Quando a intuição se torna uma certeza,
Quando a falta de opção se constitui em tristeza,
Quando o espaço se refaz em preto e branco,
Quando o retrato se apaga aos poucos,
Quando o filme se conduz em meio ao recanto
De não poder existir nem dar lucidez aos loucos,
Quando as cenas de horror se tornam cada vez mais real,
Quando tudo é imoral, e a falta de moral se torna normal,
Quando o poder se torna fraco,
Quando tudo que resta é um cais sem um barco,
Quando o absurdo se torna uma rotina,
Quando o fechar de todas as cortinas
Não te faz ser quem realmente és,
Quando já não podes tirar as raízes dos pés,
Quando só o que é resto resta,
Quando os resíduos constituem algo concreto,
Quando o que era incerto se mostra possível,
Quando o impossível se destrói,
Se apaga por completo,quando sentir-se completo
É esvaziar-se de vez em quando, quando?
E quanto custa isso? Quanto?
Será que é muito? Será que é pouco?
Ou será que só eu no meio disso tudo,
No meio dessa gente toda,
Em meio a essa loucura toda
Estou ficando louco?

Quanto tempo


Quanto sangue ainda precisarei derramar
Para que eu possa me revelar?
Quantas lágrimas o vento terá de secar
Muitas vezes friamente para que eu possa me encontrar?
Já me sinto mais do que cheio,
Transbordado, excedido de tanta coisa
Que nem deveria mais ter efeito sob mim.
Quanta dor ainda terei de suportar
Para que eu possa me completar?
Quanto tempo ainda terei de perder
Para que eu possa viver da maneira
Que a vida deve ser vivida,
Em sua verdadeira essência,
Em sua beleza assustadora,
Em sua carne crua, fria e doce.
Quanto sofrimento ainda terei de aprisionar
Para que eu possa me libertar?
Quanto veneno eu ainda terei de ingerir
Para que eu possa me curar
De toda minha falta de existência,
E essa minha penitencia que não tem fim,
Que me exausta, quase me derrota
E me vence aos poucos, que me maltrata.
Mas não me derruba nem me levanta
Nem jamais me manterá de joelhos.

Sigur rós - Ny batteri