Quanto sangue ainda precisarei derramar
Para que eu possa me revelar?
Quantas lágrimas o vento terá de secar
Muitas vezes friamente para que eu possa me encontrar?
Já me sinto mais do que cheio,
Transbordado, excedido de tanta coisa
Que nem deveria mais ter efeito sob mim.
Quanta dor ainda terei de suportar
Para que eu possa me completar?
Quanto tempo ainda terei de perder
Para que eu possa viver da maneira
Que a vida deve ser vivida,
Em sua verdadeira essência,
Em sua beleza assustadora,
Em sua carne crua, fria e doce.
Quanto sofrimento ainda terei de aprisionar
Para que eu possa me libertar?
Quanto veneno eu ainda terei de ingerir
Para que eu possa me curar
De toda minha falta de existência,
E essa minha penitencia que não tem fim,
Que me exausta, quase me derrota
E me vence aos poucos, que me maltrata.
Mas não me derruba nem me levanta
Nem jamais me manterá de joelhos.
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