SEJAM TODOS MUITO BEM VINDOS!

O blog contém um pouco do muito em mim,ou seria melhor muito do pouco em mim?não sei bem ao certo,como acho que não sei bem ao certo de muita coisa que penso saber até hoje.enfim o blog foi feito com muito carinho e atenção a cada mínimo detalhe e é o resultado de anos escrevendo,desde textos da minha infância,adolescência e ate hoje.espero que gostem,sintam-se à vontade para me seguir e comentar.

Quem sou eu

Minha foto
Recife, PE, Brazil
"sou apenas um simples resumo complexo de todas as pessoas que já passaram por minha vida"

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Sente-se medo


Sente-se medo quando se passa a ver a realidade,
Quando se passa a entender a verdade, sente-se medo.
Sente-se medo por não poder fugir
Por não saber se estar realmente aqui, sente-se medo.
Sente-se medo quando não se sabe o que falar,
Quando as palavras já não bastam, sente-se medo.
Sente-se medo quando a coragem se vai,
Quando a vontade de viver se retira sente-se medo.
Sente-se medo quando a lágrima não cai,
Quando o choro é contido sem perceber sente-se medo.
Sente-se medo quando se quer fazer algo certo,
Quando não se pode fazer nada sente-se medo.
Sente-se medo quando o chão parece te devorar,
Quando voar é a única solução sente-se medo.
Sente-se medo quando a luz se refaz contra si,
Quando a escuridão nos guia pelo caminho
Que tentamos não seguir sente-se medo.
Sente-se medo quando se vai sem destino,
Quando não se sabe quando irá voltar sente-se medo.
Sente-se medo quando o mundo que se vê é uma mentira,
Quando nada existe de verdade sente-se medo.
Sente-se medo quando a dor não faz efeito,
Quando não se sente o pulsante coração
Dentro do peito a bater sente-se medo.
Sente-se medo quando a história não é contada,
Quando é chegado o fim da jornada
E quando continuar é mais difícil do que prosseguir.

O inferno em mim


Eu sou o que eu deveria fazer e não fiz.
Eu sou o que se passou e agora não pode voltar.
Algo inspira tudo, tudo tem um motivo, um princípio
Mas nem tudo tem um sentido, uma direção
E nem tudo tem realmente um fim na devassidão.
Algo escurece tudo e tira da luz o verdadeiro brilho.
A luz não está só, a escuridão esta contida nela.
Como tudo tem seu fim e é certa a morte
Toda luz tem sua escuridão.
Tudo inspira algo, tudo recria outro do nada.
Tudo tem uma vida, um significado maior por existir
E estar vivo não quer dizer que se vive,
Pois nada vive em nós apenas nós vivemos por algo.
Eu sou o que nada teme, sou o infero em mim
E a vida que nasce da morte é a minha.
Sou o que eu deveria ter e não tive,
O que eu queria dizer e não disse e não pude.
Tudo inspira palavras, tudo expressa tons,
Tudo é arte, tudo é morte, nem tudo é vida,
E tudo passa, nada fica.
A morte é uma arte, a vida é sorte,
Nada basta, nada resta, nada é certo além da morte.
Para se aprender a viver é preciso aceitar e entender
Que um dia se irá morrer e que a estrada
Pode ir muito além do que se vê.
A vida é eterna, a morte passageira,
A vida é incompleta e rápida,
A morte é inteira e lenta.
A morte inspira a arte e a arte ostenta a vida.

Quando as chamas se extinguirem



Quando tudo vier e se voltar contra mim,
Quando os caminhos se fecharem
E quando as portas me baterem,
Eu apenas continuarei a seguir incertamente.
Quando minhas palavras se forem,
Meus sonhos não permanecerem
E quando minhas mentiras me consumirem,
Apenas quero fugir da vida e não viver.
Quando meus amigos me abandonarem,
Quando os desertos me devorarem
E quando meus mundos caírem,
Apenas quero permanecer de pé.
Quando meu passado me corromper,
Quando meus monstros me tragarem
E minha força se enfraquecer,
Apenas quero continuar lutando.
Quando o espelho me confrontar,
Quando meu reflexo se sucumbir
E meus ideais se mutilarem,
Apenas quero tentar ser lembrado.
Quando as luzes se apagarem,
Quando as chamas se extinguirem
E quando as coisas não mais existirem,
Apenas quero me levar
E me deixar aonde eu quiser,
Onde os males não tomem conta de mim,
Onde as horas passem mais lentamente
E onde a vida não viva.
Mas quando todas as palavras se cumprirem
Aonde poderei ir? Onde irei estar?
Mesmo que seja para ver a minha derrota
Diante da vitória de todos os meus inimigos.

Sonhos perdidos



Meus sonhos ainda estão perdidos,
Nem sequer foram escritos,
O tempo já foi consumido,
As coisas não fazem sentido em mim, sem você.
Meus olhos não estão comigo,
Vejo que é o meus destino estar,
Não seguir, me controlar,
Aonde não estão os seus.
Os versos nunca foram ditos,
Não se torna infinito fazer
O que jamais foi compreendido
Em busca de um simples sonho perdido.
Meus braços não estão abertos,
Incerto é o caminho certo e a verdade
Se encontra em costas.
Estou a frente do que é proibido,
Temo o desconhecido abismo,
Desço sem nenhuma transparência
E sem medo de conter a diferença
Entre o “des” e o conhecido em mim,
Em ti, em tudo, em fim.

O que nos leva a fazer o que fazemos?




O que nos leva a fazer o que fazemos?
O que nos leva a apostar o que não temos?
O que nos leva a perder o que jamais possuímos?
O que nos leva para onde não queremos ir
Mas mesmo assim chegamos?
O que causa tantos danos?
O que destrói nossos planos?
O que vive por nós que não vivemos?
O porque de viver?
Porque ser o que nunca seremos?
E tentar não fazer o que sempre fazemos?
Porque pensar como pensamos
Nas coisas que nos controlam
E nos levam a fugir do que deveríamos enfrentar?
Porque viver a se lamentar?
E jamais se arrepender do que se estar a fazer?
Porque tudo me leva a crer que eu sou culpado?
Porque o caminho mais curto é o errado?
Tudo me leva a ver que a verdade é uma ilusão,
Tudo me leva a seguir o caminho errado,
Tudo me leva a fazer o que eu não quero,
Nada me leva a ter esperança nem fé.

Apenas


Não quero aproveitar nem me perder
Nesse desmundo irreconhecível.
Apenas quero tentar me encontrar.
Não quero falar apenas coisas bonitas,
Nem escrever as mesmas sempre
Sob as vezes que saio e me deixo lá fora.
Não quero ficar do meu lado
Quando tudo desmoronar e eu sequer
Possa esquecer dos momentos estranhos
E nem dos tempos que ainda virão.
Não quero estar aqui apenas nos momentos bons em mim,
Também quero chorar,
Também quero sofrer e sentir,
Também quero fugir quando quiser pensar,
Também quero sentir algo que me faça morrer,
Que me faça viver e reviver, sucumbir e renascer,
Saber que estou vivo e que algo vive realmente em mim.
Mas eu simplesmente não sinto
E não sigo com a dor que me acompanha,
Com o ódio que me queima, me incendeia,
Que me apaga e me deixa sozinho no escuro.
Não sei porque não posso fugir
E tenho que viver com o que existe,
Com a vida que vive a persistir
E me persiste em existir.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Universo pararelo


Em algum lugar deve haver alguém,
Que pensa como eu, que espera como eu,
Com essa ânsia misturada com as incertezas.
Em algum lugar deve haver alguém
Que sente a mesma brisa que eu,
Que respira ares diferentes do meu.
Deve haver alguém olhando para o mesmo ponto no nada
E imaginando tudo novo.
Em algum lugar deve haver algum ser inquietante como eu,
Fora e órbita, sem um cais no porto e misturando
Toda a sua preocupação pelo não sentir.
Em algum lugar deve haver alguém que para no nada
E escreve coisas sobre tudo que não importa e nem deveria,
Deve haver alguém com o céu oposto sob si,
Com sons divergentes a ouvir do que tenho e ouço agora.
Em algum lugar deve haver alguém com o mesmo pensamento
E a mesma falta de força de vontade que eu.
Deve haver o mesmo equilíbrio sob pontos diferentes,
Com verdades irrelevantes sobre mentiras inexistentes.
Em algum lugar deve haver alguém
Sob o mesmo sol, sob a mesma terra, sob o mesmo céu
E olhando para as mesmas estrelas que eu.
Deve haver alguém buscando a chave
Para alguma porta em si,
Alguém vivendo a vida que eu jamais vivi.
Deve haver alguém amando por mim
As pessoas que eu jamais amei e nem conheci.
Deve haver alguém dano os passos que eu jamais pude dar,
Amando com a intensidade que meu corpo não me permitiu amar,
Evitando as coisas que eu não pude evitar.
Em algum lugar deve haver alguém
Pronto para lutar como eu estou
Mas confuso demais para começar
E com medo demais de errar,
De cair e não poder levantar.
Em algum lugar deve haver alguém a se questionar,
Por razões, motivos, erros, acertos, conceitos, princípios.
Deve haver alguém se entregando ao acaso,
Se rendendo ao destino e lutando
Contra a sua própria vontade.
Em algum lugar, em algum universo paralelo
Deve haver alguém a me esperar,
Pronto para mudar em mim tudo que eu achava certo
E me resumindo simplesmente ao que sou de menor,
Para que eu possa encontrar em mim o que tenho de melhor,
E dar, e compartilhar, e amar, alguém em algum lugar.


O nada real


O que tenho a perder?
O que tenho a ganhar?
Só saberei se eu me arriscar
A me entregar a tal coisa sem motivo algum
E sem temer o que acontecerá depois.
Mesmo que eu quebre a cara e me arrependa,
Eu saberei que fiz, que tentei e que sentir algo diferente
Que me fez pensar que estou vivo.
Agora eu fecho os olhos,
Não olho para trás,
Esqueço de tudo que existe
E o nada que há em mim
Me parece mais real do que tudo
Nesse exato e derradeiro momento.
Por essas coisas poderei perder muito tempo,
Três dias, três anos quem sabe,
Mas sei que não foi em vão
E tudo aquilo realmente aconteceu,
Mesmo sem marcas e sem rastros deixados,
Mesmo assim poderei lembrar
E levar para sempre comigo
Um pouco daquele pouco tempo que vivi,
Que perdi o medo e tive coragem de sentir
Algo de novo em mim.
E saber que não me arrependi
Dos três minutos que perdi sem fazer planos,
Mas o que são apenas três minutos
Na vida de um ser que não foi feliz
E nem sequer viver, apenas existiu.

E já sangrei pelo caminho



Por várias histórias que já foram contadas,
Eu já tive vários nomes, já fui o ponto final em muitos fins,
E já sangrei pelo caminho.
Já tive muita escuridão em meus dias,
Já acordei e vi em mim no espelho novas faces.
Pedras já rolaram pelo caminho e eu já rolei com elas.
Já tive de imaginar um novo dia no amanhã
Mesmo sabendo das incertezas que me destruíam.
Já me empurraram precipícios a baixo,
Eu mesmo já me empurrei pelo caminho
Sem ter ao menos uma lembrança ruim para me apoiar.
Já tive a esperança de voltar em lágrimas doces
Que amargaram a minha face.
Já empurrei meu coração por espinhos
Que me tornaram vivo ao sofrer.
Eu já tive o nada que nunca mereci
E já fui o tudo para alguém que nunca me mereceu.
Já fui o som da tristeza pelo meu olhar,
Já tive algo muito além do que minhas mãos sentiram.
Já me fizeram sentir em mim mesmo a distancia que tentei fugir.
Já me tornei um “eu” que eu nunca quis,
Que nunca conheci em mim,
Mas que carreguei por muito tempo perdido.
Já fantasiei pessoas em minha mente
Que fantasiaram em mim um sonho inexistente,
Que me fizeram sentir-me como se eu fosse o único
E ultimo jovem eternamente imortal.
Já tive várias portas fechadas em minha face,
Já fui coisas horríveis e maravilhosas ao mesmo tempo
Para as mesmas pessoas em tempos diferentes.
Já fui uma nota, um sopro na mente,
Um soco no ventre de quem me amava.
Já fui o arrependimento estampado
E a verdade escondida.
Já fui o fim de várias glórias,
O início de muitas boas histórias mal contadas.
Já sangrei pelo caminho,
Já fui o ponto de partida de muitos inícios
E já marquei meu sangue pelos caminhos
Sempre percorridos sozinho.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Tiranos


O que é tudo isso?
O que traz todo esse mal para dentro de nós?
O que nos segue pelo mundo?
O que nos impede de sonhar?
O que controla nossos atos?
Para quê se controlar?
Para quê estar aqui?
Porquê?
Porquê estar?
O que me traz tanta incerteza?
Tanta incapacidade?
O que me traz tais perguntas?
O que esvazia nossas mentes?
O que corrompe nossas palavras
E as põe em nossas bocas contra nós?
O que traz tanto pecado aos nossos corpos?
O que alimenta nossos predadores?
O que aumenta nossas fraquezas?
O que nos caça e nos devora?
Somos dominantes ou submissos?
Somos consumidores ou estamos sendo consumidos?
Somos relevantes ou inferiores?
Somos o resultado final
Ou resultantes de algum erro maior?
Somos estáveis ou constantes?
Somos tiranos ou seguidores?
Somos exceções ou descendentes?
Somos o excesso ou excedentes?
Somos humanos ou indigentes?
Porque tentar ser o que nunca seremos?
Para quê ir em busca e tentar ter
O que nunca teremos e sempre tivemos?
O que fazer com o tempo?
O que fazer com o tempo que nos é dado?
O que fazer com a vida que nos foi concedida?
O que fazer com o mundo que nos foi obrigado a viver?
Se não valer apena fazer!

Até quando serei eu?


O que era eu?
O que nunca fui eu?
Eu que não tinha nada,
Que nunca tive nada.
Eu que tinha um sonho
E um sonho deixado para traz.
Eu que tive um caderno
E nem um lápis sequer.
Eu que não tinha caminho,
Que andava sem rumo
E fugia do outro ser
Que tentava me deter.
Eu que não me contive
E nem sequer chorei,
Eu que mal senti,
Aonde estive? não sei!
Aonde era eu?
E com quem era eu?
Só que agora fui eu
Que por mim não morreu.
Nem mesmo a morte me chega,
Nem minha sombra me acompanha,
E essa dor que não se vai,
Só o tempo passou e a luz não chegou.
Nem a água do mar me levou.
O que foi eu?
Porque nunca fui eu?
Eu que pude voar,
Que voei com meus braços,
Eu que era constante,
Que mudava de versos diversas vezes,
Nem sequer eu escrevo,
Nem sequer tenho em mim as palavras,
Nem sequer eu me resto.
Eu que tinha uma vida
E temia a morte,
Que temia a mim mesmo,
Que lembrava dos outros,
Que gostava do mundo,
Que abusava da sorte,
Que dormia na rua,
Que acordava de noite,
Que andava descalço,
Que feria os pés,
Agora nem sequer sangro.
Por onde era eu?
Por onde andava eu que agora me perco?
Eu que rezava,
Eu que ainda tinha pouca fé em mim,
Eu que sozinho não permanecia,
Pois lá eu não estava nem sentia
E apenas pensava.
Eu que não sinto e nem mais penso.
Até quando serei eu?


O mal em mim


Hoje eu quero fazer algo de mal em mim,
Eu quero respirar fumaça e vomitar sangue,
Quero comer poeira e acordar sem dono.
Hoje eu quero encontrar o mal em mim e dançar com ele,
Eu quero buscar tesouros e nadar em abismos,
Quero destruir uma coisa bonita e dormir sem sono.
Hoje eu quero ver todo o mal em si e brindar com ele,
Eu quero abraçar o desespero e arder no asfalto,
Quero derrubar uma árvore e queimar um jardim.
Hoje eu quero refazer todo o mal em mim,
Quero apagar sonhos e cometer crimes,
Quero demolir uma casa e pular pela janela.
Hoje eu quero me fazer pelo mal que construí,
Quero criar vermes e cultivar minhas paredes,
Quero quebrar quadros e esquecer cálculos.
Hoje eu quero trazer o mal de novo pra mim,
Eu quero consumir corpos e sucumbir palavras,
Quero conservar defeitos e inundar mentes,
Quero comemorar a volta devastadora do caos.
Hoje eu quero fazer parte da podridão,
Quero pisar em vidros e beber me próprio sangue,
Quero derrubar os que caem aos pedaços
E enterrar seus ossos no teto.
Hoje eu quero lembrar de todo o mal que fiz
Quero rasgar minhas roupas,
E demolir os últimos prédios em extinção
Que resistem ao ferrugem e ao suor do tempo.
Hoje eu quero dar um rumo ao mal em mim,
Quero derrubar muros intactos,
Quero manipular a mentira e destruir a verdade,
Quero tolerar a falta de tolerância.
Hoje eu quero arruinar a minha vida,
Quero explodir a minha casa comigo dentro
E com todas as coisas insignificantes para mim.
Hoje eu quero ser queimado vivo
E renascer de minhas próprias cinzas,
Quero ter a certeza de que algumas coisas
Nunca fizeram a diferença em minha vida.
Hoje eu quero me misturar com o lixo
E fazer parte de tudo que contamina as ruas,
Quero destruir um objetivo e satisfazer um desejo.
Hoje eu quero tudo que nunca quis,
Quero voltar ao início do meu fim,
Retroceder o povoamento e toda a evolução,
Quero comer a poeira e ferir um coração.
Hoje eu não quero ter um nome nem uma estrutura,
Eu quero vagar pelo fogo que arde e que apaga em mim
As lembranças que jamais esqueci.
Hoje eu quero ver toda a água secar
E reviver o amor em mim de quem nunca amei,
Quero nadar na poluição que plantei.
Hoje eu quero emergir das profundezas dos labirintos
Mais sombrios que possam existir em mim,
Quero perder a noção do tempo,
Quero me perder no espaço,
E brindar com todos meus inimigos.
Hoje eu quero quebrar todos os relógios
E apontar os ponteiros para o céu,
Quero costurar o chão e entrelaçar as paredes
Que desmoronam a todo momento.
Hoje eu quero alimentar meus demônios,
Quero dar vida a minhas lendas
E desmontar o quebra-cabeça da minha vida.

Eu não gosto


Eu não gosto de nada,
Eu não gosto de tudo que vejo,
Eu não gosto do medo que surge no escuro,
Eu não gosto da cede da seca.
Eu não gosto do tempo,
Eu não gosto das horas passadas,
Eu não gosto das coisas que custam a passar,
Eu não gosto das coisas que passam de pressa.
Eu não gosto do homem que mata,
Eu não gosto dos rostos,
Eu não gosto das faces,
Entregues, expostas em corpos.
Eu não gosto de conversa chata,
Mas até que distrai.
Eu não gosto das mesmas pessoas
Que fingem o que falam.
Eu não gosto de sair de casa,
Eu não gosto de ir as ruas,
Eu não gosto de seguir com elas pelo vazio,
Eu não gosto de ver tanta carne sangrando, nuas.
Eu não gosto da televisão,
Eu não gosto de sangue inundo.
Eu não gosto de sexo em si,
Eu não gosto dos filmes do van-dame.
Eu não gosto do espelho,
Eu não gosto do que ele me mostra.
Eu não gosto da noite vazia,
Eu não gosto da batida na porta,
Eu não gosto da partida que me enforca.
Eu não gosto do jeito de ser,
Eu não gosto do jeito que sou.
Eu não gosto de curvas fechadas nem abertas.
Eu não gosto de gente,
Eu não gosto do que tenho em frente.
Eu não gosto do que se passou
E eu não posso lembrar.
Eu não gosto do resto,
Eu não gosto do que gostava,
Eu não gosto de gostar do que não gosto.
Eu não gosto doas lábios secos,
Eu não gosto de coisas sem sabor, sem gosto.
Eu não gosto do gosto que existe no tempo que se vai,
Eu não gosto do tempo,
Eu não gosto de ter tempo de sobra,
Eu não gosto do que fica e do que não volta,
Eu não gosto do que posso voltar a gostar,
Eu não gosto do que suporto,
Eu não gosto de odiar,
Eu não gosto de não gostar de mim,
Mas para quê gostar? para quê sentir?

O ponto mais fraco do inimigo


Em um mundo onde tudo está contra cada um de nós
Onde todas as coisas transpiram a lados opostos aos nossos.
Como entender que nossos principais inimigos
São nossos melhores amigos?
Como distinguir uma amizade de uma possível rivalidade?
Como seguir seguindo passos, se escondendo
Na sombra de nossos próprios egos
De nossos mais adoráveis malfeitores?
Temos que seguir sem deixar rastros?
Como serpentes voadoras?
Temos que existir sem deixar passos a serem seguidos?
A maior estratégia de um bom jogador
É não deixar vestígios para o inimigo nos entender
É pensar como ele pensa, é antecipar o que o inimigo irá fazer,
É pensar dois movimentos a frente.
A chave da vitória se baseia mais em provocar uma reação
Do que em infringir danos.
Sabedoria é transformar o golpe certeiro
Em nosso coração em uma arma contra
O ponto mais fraco de nosso inimigo.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Poderemos perder tudo



Nós podemos perder nosso chão,
Podemos perder o nosso teto
Que mesmo assim ainda permaneceremos de pé.
Nós podemos perder o nosso ânimo,
O nosso sorriso e os nossos motivos para sorrir,
Que mesmo assim ainda teremos as coisas boas.
Nós podemos perder o poder de perdoar,
Mas mesmo assim ainda manteremos nossa cabeça erguida.
Poderemos perder a nossa visão
E não saber diferenciar as coisas boas das ruins
Que mesmo assim estaremos sujeitos a pecar.
Poderemos perder os sonhos e a vontade de sonhar
Que mesmo assim teremos nossos pensamentos.
Poderemos perder nossas forças
E a vontade para renová-las,
Que mesmo assim teremos oportunidade de nos superar.
Poderemos perder os momentos sóbrios
Que mesmo assim ainda teremos a nossa mente.
Poderemos perder nossos amigos,
Que mesmo assim poderemos conquistar outros.
Poderemos perder o nosso corpo e a nossa pulsação
Que mesmo assim ainda teremos o nosso espírito.
Poderemos destruir tudo ao nosso redor
Que mesmo assim ainda teremos a nós mesmos.
Poderemos refazer velhos erros,
Que mesmo assim ainda teremos novos em nossa frente.
Poderemos perder a segurança de um passo firme,
Que mesmo assim ainda teremos um caminho para seguir.
Poderemos nos perder no caminho
E perder a certeza do dia seguinte,
Que mesmo assim ainda teremos o hoje.
Poderemos perder tudo em nós
Mas se perdermos a confiança e a fé em Deus,
A esperança em nós mesmos e a capacidade
De nós fazer feliz, morreremos.