Eu fechei meus olhos sem querer
E quando eu finalmente pude abrir era tarde demais
E eu já tinha cruzado a linha
Chegando ao ponto de minha vida
Que eu jamais deveria ter percorrido.
Com tantos caminhos sem rumo algum,
Como eu poderia me perder por aquele que eu não tinha medo,
Que me fazia bem, que me tornava vivo descartavelmente
E que fazia todo o sentido dentro de minha mente.
Mas como eu não pude ver pelos meus próprios olhos
claramente
O abismo que estava bem a minha frente,
Que me tornava um ser demente que nunca fui
Que de repente me tornou diferente,
Que levou para distante o que eu desprezava
Que me trousse de volta o que eu venerava,
Que me levou aonde eu esperava, queria e podia chegar.
Como eu pude ter o poder de perder a mim mesmo?
De não conter o desejo do próximo
E arriscando dar o passo que eu nunca deveria ter dado.
Como eu pude olhar para mim mesmo e não me conhecer?
Como o espelho em minha frente consegui não me refletir?
Como eu permiti que o reflexo ficasse trêmulo por tantas
vezes?
Como eu não pude notar que os ponteiros do relógio não
estavam mais lá?
Como minha imagem pode desaparecer lentamente no espelho?
Como pude conceder o gosto por meu desgosto de viver?
Eu abri meus braços e suguei tudo de ruim ao meu redor,
E quando eu finalmente pude fechar,
A corda já estava em meu pescoço,
Eu já tinha cruzado a linha novamente
Ultrapassando novos e traiçoeiros limites.
Nenhum comentário:
Postar um comentário