Me entrego a qualquer prazer passageiro e nojento,
Que me faça sentir vivo por fora e que me mate por dentro,
Qualquer maneira barata e imunda que me dê atenção,
Que coloque o mundo em minhas mãos.
Eu quero um remédio que me dê a paz que eu não tenho são,
Eu quero ser o vilão da minha própria história
Eu quero cansar de toda essa esmola que eu necessito pra
viver,
Eu quero me entregar sem perder o meu sabor,
Quero me perder por todas as formas de prazer,
Eu quero manchar em mim o sangue com a cor do meu futuro,
Eu quero plantar os frutos do meu poder,
Eu quero querer me submeter a qualquer destino derradeiro
Que me traga de volta a confiança para me erguer,
A esperança para acreditar no amanhecer.
Eu quero fazer bem mais do que escrever
Eu quero me refazer e fazer algo de novo com o meu novo ser
Eu quero dormir para nunca mais acordar
E se tentar novamente me torne mais fraco
Eu quero enfraquecer a cada passo dado para frente.
Eu quero respirar a loucura capaz de me multiplicar,
Quero parar o tempo e poder dominar a minha falta de
consciência,
Quero encontrar o lugar de paz em mim,
Quero olhar bem mais do que o concreto no céu sem fim,
E quero que o meu fim seja breve
Mas que antes do meu ultimo suspiro,
Do meu ultimo fechar de olhos eu possa sorrir
De tudo de bom que me aconteceu
E me arrepender de tudo de ruim que passou por mim.
Que eu possa me entregar sem medo
E voltar ao começo para fazer não tudo novo
Mas tudo de novo novamente
Com a mesma intensidade, a mesma imaturidade,
A mesma ingenuidade e com a velha e boa saudade
De ser sentida.
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