Já arrumei minha mala,
Já coloquei minha vida em um metro quadrado,
Já coloquei tudo que não importava e vou partir,
Já coloquei minha mala nas costas e não posso mais voltar a traz.
Já esqueci as lágrimas que derramei,
Você já pode esquecer as lágrimas que derramou.
Não levei nada que te pertencia e hoje eu não te pertenço mais,
Depois de hoje não haverá mais arrependimento
E estaremos livres de todos os sentimentos
E de todos os males que causamos um ao outro.
Minhas malas já foram desfeitas várias vezes,
Mas não agora, não dessa maneira,
Não quando tudo já está fora.
Coloquei a mim mesmo para fora,
Me joguei junto com todas as palavras podres
Que por muito tempo dissemos um ao outro.
Fique agora com o vazio da casa,
Com o outro lado da cama, com apenas um prato na mesa,
Espere como a poeira dos móveis,
Apodreça com as coisas que não me servem mais.
Fique como você sempre foi, com o que você sempre prezou,
Só não esqueça de todo o desprezo que me causou.
Que tal um brinde para a sua próxima vítima,
Para o seu novo brinquedo sem vida própria
No seu velho jogo a três.
Que tal um brinde para mais uma nota errada
Na sua perfeita sinfonia, para sua mesa farta
De velhas mentiras diferentes e maquiavélicas.
Já arrumei minhas malas pelas noites sem dormir
Que você me proporcionou, pelas perguntas sem respostas
Que nunca tive e até hoje estão em mim,
Pelos dias tristes que vivi e pareciam quase sem fim,
Mas que agora se foram comigo e te libertam
De quaisquer tipos de desculpas sem fundamento,
Pois a partir desse momento eu já não faço mais parte
De todo o tormento que te causei,
De todo o sofrimento que acumulei em mim
Ate o predestinado e determinado que agora chegou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário