Me encontro por esquinas qualquer
Com ilusões perdidas e eu perdida nelas.
Esperando alguém que me queira,
Esperando um corpo que me deseje.
Minha vida se vai lentamente
Numa velocidade que me deixa dormente.
Me misturo com o frio das ruas
Que só deixam o medo em sua forma mais crua.
Caminhando à passos lentos
Seguindo sempre em frente
Tendo a solidão ao relento
E o vapor quente de um hálito diferente.
Com o lençol mal passado e o silêncio insuportável
A pele quase rasga com o banho gelado,
A nudez sem pudor que ingere o toque mórbido
Só não é pior que a vontade de chegar ao fim.
O cansaço que o corpo não exala
Não é nada contra a busca do prazer,
O instinto humano é mais que desumano
A perpetuação do desequilíbrio contra o ponto final.
A barba como lâminas a cortar a dor
No pescoço tatuado e a alma sem cor.
O puxar do cabelo a sangrar por dentro,
O sussurro e o bafo quente a destruir o sentimento.
Não há ingenuidade, não resta a verdade
Sonho é que não fosse realidade,
A enfrentar a vida vagando pela fumaça da cidade,
Com todas as luzes embaçadas sem vaidade.
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