Estou atirando contra o espelho,
Sorrindo contra minhas lágrimas,
Estou subindo contra as paredes,
Dançando contra a chuva.
Estou lutando contra minha sombra,
Mentindo contra minhas verdades.
Estou seguindo meus rastros,
Estou devorando os meus restos,
Estou revivendo os meus fantasmas
E riscando minha mente.
Estou apertando as correntes
E construindo paredes ao meu redor.
Estou refazendo perguntas,
Estou recavando abismos,
Estou reciclando os entulhos em mim,
Estou desfazendo laços,
Estou colando os pedaços,
Estou recortando fotos,
Estou fugindo de fatos,
Estou revendo espetáculos,
Estou apanhando os restos que me faltam,
Estou rasgando as folhas da minha vida,
Estou apagando as palavras não escritas,
Estou repetindo as frases não ditas,
Estou relendo cartas esquecidas,
Estou rabiscando no meu destino
Estou pintando a minha história,
Estou perdendo os meus sentidos,
Estou me distanciando de meus reflexos,
Estou a favor de meus vícios e
Satisfazendo meus pecados.
Estou perdendo meu espaço
E estou me perdendo nele,
Estou perdendo os passos
Que andavam sob mim
Sob meu caminho agora perdido.
Hoje estava distraído e me veio a cabeça um lindo aforismo existencialista: "estou seguindo os meus próprios rastros". E por curiosidade joguei no google e me apareceu essa belíssima poesia. Estou "absurdado" com sua maneira de expressar sentimentos. Nem sei se digo PARABÉNS, porque coisas desse nível nos transcendem e parece mais uma psicografia...hehehe! fantástico
ResponderExcluirCom o tempo vou lendo seus outros textos!