Para onde vou se todos os lugares me levam aonde estou?
Se em minhas perguntas não cabem mais as palavras?
Se minhas respostas não preenchem o vazio que reside em mim?
Como calar ao silêncio falante, ao pensar flutuante,
Ao toque de dedos inexistentes?
Como aceitar o subentendido? como entender o inaceitável,
O irrelevante, o constantemente mórbido viver?
Como fugir do não pensar? Do estar em si?
Como voltar? como trocar o fim pelo início?
Como no meio parar? Como descansar?
Como não caminhar e para traz passos deixar?
Como cicatrizes tirar? Como sorrir sem chorar?
Como sangue derramar e não sentir?
Quando as costas me der e tudo me trair,
Como perdoar e prosseguir?
Como escrever o sentir? Como o amor definir?
Como da morte fugir quando a vida me persegue?
Como conter o sonhar? Como os olhos fechar
E se imaginar a voar?
Como a terra esquecer e o céu tocar?
Como pra sempre permanecer?
Como o infinito encontrar?
Como o amanha enxergar?
Como o hoje par traz não deixar?
Como a verdade falar sem mentir?
Como levantar após cair?
Como não levar o peso do ferir?
Como olhar e partir? Como não voltar ao sair?
Como seguir pelo penar?
Como das lembranças lembrar?
Como ver? Como pensar e fazer?
Como não enlouquecer?
Como estar? Como ser? Como existir?
Minhas verdades agora não passam de mentiras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário